3 Marias Brechó em 2019

Fiquei tentando lembrar o que aconteceu em 2019no brechó para poder escrever no post de hoje.
Parece tão perto, mas desse tempo para cá já se passaram 6 anos. Eu sempre associo o tempo a uma criança crescendo. Se em 2019 ela tinha 10 anos, hoje já estaria com 16, então sim, muita coisa muda em 6 anos, e eu simplismente esqueci da maioria delas, (isso sou eu enrolando texto tá?).

Mas vou tentar lembrar.
Se não me engano, no começo do ano de 2019, minha irmã voltou para nossa cidade natal para tentar outras coisas mais voltadas a arte, educação e teatro, e como ainda fazia sentido para mim, eu resolvi seguir em frente com o brechó. 


As vendas eram somente online pelo insta, mas hoje vejo, que era o pior modo para o meu psicológico, apesar de ser bom em visualização e firmamento da marca.
Mas eu ficava impressionada com a urgência que as roupas que eu postava gerava nas pessoas. Talvez fosse a ideia de ser uma peça única e bonita, que elas poderiam perder rapidamente, e por isso as desejavam e, às vezes, até disputavam.
Era bom pros negócios e ruim para minha cabeça que nunca desligava.


Lembro de um desentendimento que ocorreu com essa blusinha que me marcou.
As meninas comentavam fila na publicação e eu ia seguindo de acordo ao primeiro comentário ou se desse certo ou não a venda.
Nisso uma moça muito emocionada acabou pagando a peça na frente da outra e eu, ainda nova na questão de gestão, me confundi e fiquei no meio do fogo cruzado entre a ética e os negócios.
Depois resolvi o babado, e a ética haha. A moça emocionada se revelou uma pessoa não muito fácil de lidar, e ela meio que me traumatizou hahaha

A venda pelo insta era imediata, então eu criei uma hashtag com as peças disponíveis, assim era possível clicar nessa hashtag e ver o que estava à venda sem precisar rolar o feed todo.

Esse colete era muito legal, todo bordado à mão, tipo uma obra de arte.

Seguindo algumas dicas e conhecendo mais outras donas de brechó, eu fui aprendendo como ir caminhando em determinadas situações.

O legal disso tudo era, como ia toda semana nos brechós para garimpar, eu sempre encontrava alguma relíquia vintage e saia dos bazares e brechós feliz da vida pensando no look ou editorial que poderia montar.


Eu comecei o estudo da diferença da moda entre as décadas nesse ano, pois acredite ou não eu ainda não sabia diferenciar a estética das épocas só de olhar as fotos e referências. 
Hoje eu sei, mas também, no básico né haha
Com participação da minha sister.
Eu amo essas em roxo, bem anos 70.

Algumas peças que faziam muito suceso.
Blusinhas anos 70 e 80, com a bendida renda renascença, que é um babado de fato.

Esse tipo de camisola era um babado forte.
Elas são geralmente de seda com renda francesa e tem um caimento lindo.
Depois virou febre pois descobriram que essas peças são bem antigas, algumas chegando até ser dos anos 40.
Assim elas superfaturaram, e por influência de algumas meninas que seguiam a moda vintage mais rococó, sei lá, se instalaou um "surto" em querer uma peça dessa a todo custo e tratar elas como "a super roupa antiga", me irritou muito na época. Eu sou chata, eu sei.
Mas tirando minha chatice, eu ficava de bode porque tinha tantas peças lindas e fodas, mas essa era o hit supremo, depois de um tempo só peças assim importavam  afeee 🙄
Sem contar que eu ficava mais uma vez entre a cruz e a espada, pois eu garimpava essas peças por valores baixos, achava um desaforo vender por muito caro. Ai eu vendia barato e assim acabei sendo engolida.
Eu sou boa para seguir o mercado né? 😅
Mas essas peças são mesmo um babado, acho que até hoje deve ter brechós que só trabalham com peças assim. Esses sabem seguir o negócio, eu me irrito muito, por isso parei de acompanhar a maioria.

Algumas fotos na antiga casa da mãe.
Engraçado que consigo sentir o cheiro e o clima dessas fotos.

Looks.

Looks de corpo inteiro.


Gosto dessas.

Editorial da estilista dos incríveis.

Essa peça aqui era um babado.

Um conceito assim, meio sei lá.

Foto de algumas peças que passaram no acervo nesse ano.


Seguir com o brechó na linha de frente não foi fácil, mas depois eu fui encontrando meu jeitinho.

E era muito legal garimpar as peças, poder criar os climas e tirar as fotos.
Meu negócio era mesmo o criativo.
Mas é isso por hoje.
Eadweard Muybridge (1830-1904), Woman dancing, 1887

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